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O Brasil e a nova revolução industrial (4.0)

Fábricas mais flexíveis e eficientes, que combinam velocidade, baixo custo e níveis mais elevados de qualidade para promover uma customização em massa e novos postos de trabalho altamente especializados. Assim é a nova revolução industrial, chamada de 4.0, que estabelece outros paradigmas de produção baseados na integração de sistemas digitais, mecânicos e automação.

Investimento e eficiência

A nova realidade se mostra fundamental para o desenvolvimento sustentável. Uma pesquisa com 235 empresas globais, realizada pela PricewaterhouseCoopers, mostra que os investimentos em tecnologias digitais resultaram em um ganho médio de 20% na eficiência.

Outro estudo, realizado pela Booz & Company para o Fórum Econômico Mundial de 2013, aponta que países que elevaram em 10% os investimentos em digitalização assistiram a um aumento de 0,75% do PIB e uma redução de 1% na taxa de desemprego. Além disso, de acordo com o mesmo relatório, nos últimos anos essas tecnologias já resultaram na criação de 400 mil postos de trabalho altamente qualificados na Europa e nos Estados Unidos, assim como 3,5 milhões de postos na região da Ásia-Pacífico.

No Brasil, as indústrias automotiva e aeronáutica já trabalham sob o modelo 4.0. A Siemens, por exemplo, desenvolve soluções personalizadas para esses setores, visando aumentar a produtividade e a competitividade a partir de novas tecnologias integradas a sistemas de projetos e negócios. Outros segmentos, apesar de terem máquinas automáticas, não se beneficiam de ferramentas como análise e sistemas de dados e integração de softwares administrativos.

De acordo com o Mapa Estratégico da Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o grande desafio é elevar os níveis de produtividade e eficiência, atuando nos fatores-chave de competitividade, a partir de mudanças em áreas como educação, inovação, produtividade e financiamento bancário. No entanto, outros desafios incluem a necessidade de mão de obra qualificada e investimentos em tecnologia.

Necessidade de competitividade

Um bom exemplo do tamanho do desafio é a idade média de máquinas e equipamentos no Brasil: 17 anos – contra sete nos Estados Unidos e cinco na Alemanha. A produtividade do trabalho também é considerada um sério impedimento para o avanço da indústria por aqui. De acordo com o Eurostat, braço de dados da União Europeia, o PIB gerado no Brasil é de US$ 10 por hora trabalhada, enquanto na Alemanha é de US$ 57/hora, nos Estados Unidos de US$ 67/hora e de US$ 19/hora no México.

a nova revolução industrial no Brasil

 

No momento em que a indústria brasileira, mais do que nunca, precisa estabelecer para si níveis de competitividade mais altos em busca de internacionalização, e o caminho não é outro senão o da tecnologia, a 15ª Feira Internacional de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura (Feimafe) se tornou um ponto vital para o setor. E ela foi o marco de que o segmento necessitava.

Realizada entre 18 e 23 de maio no Pavilhão de Exposições Anhembi, em São Paulo, a principal feira com foco em máquinas-ferramenta e controle de qualidade da América Latina teve como um dos astros um robô que guiava o visitante pela fábrica do futuro.

Inovação em toda a cadeia de produção

No 360°Digitalization Tour, apresentado no estante da Siemens PLM Software, unidade de negócios da Siemens Industry Automation Division e líder global em fornecimento de software e serviços de gerenciamento do ciclo de vida de produto (PLM), mesas sensíveis ao toque proporcionaram aos presentes tours que utilizam uma experiência imersiva – e, desse modo, mostraram de forma inovadora como a indústria de manufatura pode produzir com mais rapidez e flexibilidade, integrando informação e tecnologia de automação ao longo de toda a cadeia de produção, com a nova revolução industrial.

No centro da mesa principal, um braço robótico conduzia o usuário ao longo de apresentações sobre importantes temas para a área de negócios, como o futuro da manufatura, energia sustentável e infraestrutura inteligente. Bastava tocar na tela das mesas para se aprofundar no tema, com direito a filmes e animações, entre outros dados.

Matéria por Estadão Projetos Especiais